quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Porto Velho a Rio Branco.

Como temia, saimos perto de 11 horas, um pouco devido à falta de gasolina que assola Rondônia: como o combustível vem de Manaus e o Rio Madeira está quase intransitável devido à escasses de água e a consequente dificuldade das balsas, a falta é muito grande. Poucos postos tem o produto e só se acha alcool, que vem do Mato Grosso, então a oferta é boa. No caminho, a velha estrada Madeira Mamoré, nascida morta nos anos 1900 e pouco.





Claro que os cara subiram nas máquinas que estão abandonadas ao lado da estrada.
Alguns kilometros depois, a balsa sobre o Madeira, que vai pegando nos bancos de areia e a gente toda rezando pra não encalhar. Sorte que só iam caminhões vazios, o que ajuda porque o peso é menor.




Duas balsas estavam em operação, e o terrorismo todo que nos foi pregado nos dias anteriores não se concretizaram. Diziam que haveria uma fila de vários km, outros que demoraríamos dias pra conseguir lugar. Como sempre, fomos pra frente da fila e embarcamos com poucos minutos, e embora tenhamos sentido a areia do fundo do rio resvalando o tempo todo no casco da balsa, a travessia se fez sem estresse.
Antes do desembarque e numa interessante manobra do prático, a gente faz um rasante numa ponta de terra que é a Bolívia!!!!   Sim, veja aí a bandeira do país vizinho la em cima do morro.




Lembro que se clicarmos nas fotos elas se abrem bem maiores e com definição aceitável.

A entrada no estado do Acre é uns 50 km depois da balsa e foi devidamente documentado. A entrada em Rio Branco, como foi noturna, não tem registro.



O calor hoje foi nosso companheiro, e embora menos intenso que ontem, foi igualmente punitivo. Minha moto tem que ser dmada a cada curva e a cada irregularidade da pista. Parece um burro bravo. Mas viemo bem. Logo na chegada, em busca de uma água refrescante, paramos num tal posto Correntão. Logo de cara veio um mineiro que está radicado aqui há muitos anos conversar conosco e não deu outra: o cara é motociclista, comerciante de máquinas agricolas e aficcionado em motocicletas. Nos levou pra uma hotel bom e barato, nos levou pra jantar e ainda prometeu vir aqui logo cedo pra me levar num mecânico amigo pra tentarmos consertar o amortecedor da Tina. Não poderia ser melhor. O cara é muito legal e se chama Fernando, o mineiro de Carangola.

Bom minha gente, o astral está ótimo e como prometi os causos começariam em Rio Branco. Com os causos, começa   a nossa verdadeira viagem. Amanhã chega o sexto componente da trupe e vou tratar de decifrar logo qual o cargo ele vai ocupar nesta bagunça. O Antônio embarca amanhã cedo e espero que quando ele aqui chegar, a Tina esteja arrumada.

Boa noite e até amanhã com o inicio da verdadeira viagem 6nosandes.
Beijos pra todos.

5º dia - Vilhena a Porto Velho



Saímos cedo (eu disse cêdo?) de Vilhena pra Porto Velho, num total de 725 km. Coisa de doido, calor infernal e muitos, mas muitos caminhões. Outr dia sem almoço, com muita água e refrescos a cada 200 km. Segundo o termômetro da KTM do Raposo, tivemos picos d 43 graus, claro que na estrada, onde o sol reflete com uma intensidade incomum. O asfalto parece que vai derreter, as motos reclamam muito, acusando superaquecimento. A pele parece que vai pegar fogo e os poros não param de minar água. Minha calça cola no corpo e a camisa é minha pele. Ardem os olhos do suor que insiste em escorrer da testa. A atmosfera desde o MT está nublada de fumaça de queimadas e os pastos e capoeiras estão todas pretas. Impressionante como o homem não teme a represália que a Natureza está prometendo. As pessoas, os nativos daqui são na maioria oriundos do Paraná, Sta Catarina, Minas Gerais. Interessante como tem gente de pele clara e olhos verdes, que pra mim indicam a formação de um povo novo por aqui. As motos enbora reclamem da temperatura, nos devolvem em agradecimento um consumo bem menor, chegando aos 17 nas KTM e até 20 nas BMW e Tiger. Incidentes do dia: passei em uma lombada gigante e detonei meu amortecedor traseiro. Estranh como perdeu a função, sem vazar óleo. Apenas o suporte do paralamas dianteiro foi pro espaço, mas nada que um engasga gato não resolvesse.

Logo depois foi a vez da BMW do Tio dar seu chilique: penu dianteiro furado, e bem em frente a uma borracharia. O cara tem sorte. O borrcheiro era um paranaense incrível, que está na região a mais de 20 anos, tem anexo um lanchonete e conta histórias do arco da velha, quando ali era ainda a fronteira agrícola do Brasil. Muitas histórias depois, pneu pronto e muita água ingerida, foi pé na estrada.



No fim da tarde, já quase chegando a Porto Velho, pegamos uma trecho cheio de buracos e remendos. A Tina não gostou nem um pouco, e o vazamento do amortecedor que não existia, apareceu. Fomos dormir em um hotel onde encontrei alguns paulistas que vieram pra Porto Velho e estão se dando bem, assisti com eles o jogo do São paulo e fomos dormir morrendo de calor.... Prometeram cumprir o trato inicial: sair às oito. Vamos ver.....