Namoro, noivado e casamento.

Naquela tarde, estavamos todos tomando cachaça em volta de uma mesa, conversando sobre viagens. Os demais queriam ir a Machu Picchu e buscavam a todo custo me convencer a acompanha-los. Eu relutava em discursar meus motivos pra declinar do convite, mas não aguentei muito tempo. Despejei meus planos num só fôlego, falando de minhas convicções a respeito de viajar pelo Brasil e buscar nossas raízes, que queiram ou não passam pelo Nordeste, pelo Descobrimento e por Lampião. A Rota do Descobrimento eu já havia feito, as marges do São Francisco já não eram novidade, então me restava buscar e seguir as pegadas de Virgulino Lampião, de suas escaramuças, emboscadas, combates sangrentos e a forte interferência cultural de sua existência. Contei algumas passagens e causos do Capitão Virgulino e de repente veio a nuvem negra: todos estavam maravilhados e resolveram aderir ao meu plano doido. Assim, fizemos a viagem que está relatada em http://www.saganordestina.blogspot.com/ e em http://www.naspegadasdelampião.blogspot.com/ .

Da amizade e do prazer em estar juntos, nasceu uma empatia muito grande, tendo eu até sido adotado como "papai" por alguns. As pequenas antipatias foram desfeitas, as pequenas diferenças aplainadas, e um verdadeiro sentido de união e companheirismo nasceu ali, no Raso da Catarina, na Chapada Diamantina, nas diarréias e nas bebedeiras da viagem.
Daí a resolvermos estar anualmente em uma grande viagem foi um pulo. Chegou a vez de eu seguir os planos dos amigos, de fazer do sonho deles, o meu sonho também.
Assim nasceu esta viagem.
Abraços.